sábado, julho 26, 2008

Desejo e lírica: o fazer artístico enquanto possibilidade de semantização do espaço contemporâneo

Uma piada longa, e não mais que isso, para brincar de Seminário CorpoCidade. Será que eles aceitariam o resumo?







A comunicação proposta expõe os registros fotográficos resultantes da performance Pagan Poetry, e discute, a partir daí, uma possibilidade de enfrentamento do progressivo esvaziamento de sentido do espaço e do viver contemporâneos.
A seqüência de oito imagens mostra o artista em uma seqüência de lugares despidos de significado específico (os não-lugares mais clássicos), como ônibus, aeroportos, aviões e banheiros públicos. No percurso, ele reproduz, caligraficamente, em seu próprio corpo, fragmentos de textos de amor.
Assim, gera-se um contraponto entre a seqüência de espaços desconexos (uma cartografia do vazio ou uma não-cartografia) e a escrita sobre o próprio corpo, plena de reminiscências pessoais (uma cartografia do desejo ou uma corpografia). Juntos à pele escrita, objetos como poltronas, bilhetes de bagagem e mesas ganham novo significado, e os próprios espaços genéricos ganham um rumo.
A intenção de criar rumo-sentido em meio à sua ausência se evidencia pelo fato de que as imagens começam num espaço doméstico e terminam numa escola, lugares significativos e pessoais que enquadram os não-lugares atravessados. O percurso chega a um destino, encontra o lugar desejado, leva ao desejo – estaria o artista indo ao encontro de seu amante?
A partir daí, podemos entender o rumo encontrado como possibilidade de enfrentamento de um mundo em que os espaços são cada vez mais despidos de um sentido próprio e físico. A exposição tão próxima, e mesmo confundida, da carne e do traço, do desejo e da criação (citação óbvia à cantora islandesa Björk e ao cineasta inglês Peter Greenaway) parece colocar uma solução que passa pela fisicidade pura do próprio corpo, do objeto artístico – e do corpo feito objeto artístico.

3 Comments:

Blogger aquático said...

comfeso ki stol eim shoks!!1

e prometo ler tudo muito em breve. :D

sábado, julho 26, 2008 11:37:00 PM  
Blogger aquático said...

tás falando sério, é? kkkkkkkkkk...
ainda bem que tu não tivesse problema com aquele meu post meio... anti-ju.

ah, sim! se tu tiver falando sério, claro que pode fazer a camiseta! [glup! tss...]

terça-feira, julho 29, 2008 12:18:00 AM  
Blogger aquático said...

ju, a coisa ia bem (mesmo que eu tenha que ter lido seu texto 2x, e com o meu máximo de atenção!) até chegar no seu final:
"A exposição tão próxima, e mesmo confundida, da carne e do traço, do desejo e da criação (citação óbvia à cantora islandesa Björk e ao cineasta inglês Peter Greenaway) parece colocar uma solução que passa pela fisicidade pura do próprio corpo, do objeto artístico – e do corpo feito objeto artístico."

eu não consegui mesmo compreender isso aí. e, afinal, que citações são essas sobre björk e o tal cineasta?

de qualquer forma, a idéia me parece muito boa. eu realmente achei erótico - e o erótico, pra mim, é por si só, mais freqüente do que tantas vezes alcançável. dá pra compreender? ele se dá muito mais involuntariamente, ele se faz acontecer. mas, quando se CRIA o erotismo, como você o fez, ponto pra o criador! bom, e você foi além, digamos. você foi à condição humana , ao vazio, à busca; o erotismo, ao meu ver, permeou isso tudo, o que é ótimo.

terça-feira, julho 29, 2008 3:57:00 AM  

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