terça-feira, março 27, 2007

Um espírito qual um lago profundo, é isso.


A pedra cai, rompe a linha tesa da superfície, e trai barulho, espuma e ondas, nessa ordem, que logo desaparecem, nessa ordem.

Continua afundando e afundando no cada vez mais escuro e silencioso até que nada mais haja para ver ou ouvir.

Chega ao fundo, se choca contra o macio lodoso da sedimentação desde sempre: perturba o que há de mais recôndito no lago: desperta o monstro horrendo. Mas isso só tanto tanto tempo depois do barulho, espuma e ondas.

(imagem: estudo para Mandrágora, 1)

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

excelente.

quinta-feira, março 29, 2007 2:50:00 PM  

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