domingo, março 04, 2007

Um post urgente e, assim, mais verdadeiro que quase todos os outros

Tinha que ter algum motivo muito especial pra eu estar em casa no domingo à noite vendo TV: encontrar Marina Silva falando e encher os olhos de lágrimas. Não, não vou ficar aqui com minhas baboseiras de pessoas com histórias edificantes, até porque quem me conhece sabe que essas me fazem chorar mesmo.

Dessa vez foi por Marina hoje, falando hoje, sobre um assunto de hoje.

Vem o repórter idiota, querendo parecer muito esperto, jogando pra platéia e dizendo que é cilada dos países desenvolvidos, que já derrubaram suas florestas, virem dizer a nós, subdesenvolvidos, pra não cometermos o mesmo pecado, derrubando nossas florestas pra plantar comida.

Então vem ela, com calma e com certeza, e responde que não. Que nós efetivamente não podemos cometer este pecado. Ela se nega a fazer o joguinho do repórter, que tanto podia ser da esquerda caolha como da direita perversa, e diz com todas as letras que plantar nenhuma comida justificaria derrubar a floresta. Fala ao mesmo tempo como um geógrafo, um monge e uma mulher apaixonada. Conta do valor que se destrói em troca de uns poucos anos de plantação e logo então solo estéril. Quando ela termina, silêncio. Não há possibilidade de contestação que não pareça ao mesmo tempo burra e vil. Fico só eu, urrando na sala, e pedindo por uma candidatura, a síndica que seja, pra poder votar nela. Na verdade, pedindo ao menos uma chance de dizer que a amo.