quinta-feira, dezembro 28, 2006

Eles de novo


Dias antes do Natal, passando em frente ao Liceu e vendo aqueles galhos secos, pensei: "Puxa, os ipês estão tão doentes que este ano nem florada vamos ter". Então volto dias depois e... na verdade, eles estavam só encolhidos antes do salto. Como a ginasta que toma fôlego antes da seqüência estupenda de acrobacias.

Todo ano eu chego com a mesma história dos ipês porque todo ano é um alumbramento novo.
Como não vêm com data certa (o biólogo do Correio da Paraíba diz que eles atrasam com o calor), terminam sempre surpreendendo o passante incauto com aquela bofetada amarela.

É obsceno ficar assistindo milhões de flores se abrindo com tanto escândalo e despudor, doidas pra serem fertilizadas. É tão obsceno e mexe com os sentidos de tal forma, que é mesmo um prazer quase sexual.