sábado, abril 15, 2006

Caminhando e Cantando

Sabiá era mesmo mais bonita, mais séria e mais música. Mas Pra não dizer que não falei das flores tinha mais a dizer, pra mais gente, naquela situação política específica.

É da natureza da arte (mas não de sua essência) poder ter leituras e reverberações
políticas importantes desvinculadas de seu valor intrinsecamente artístico, nem sempre relevante. É o caso, por exemplo, do nosso querido V de Vingança, que assisti com Dé, Rafa, Bia Cê e o primo dela no Box, em JAMPA, essa semana.

(Cristhiano e Gregório odiariam ler isto, mas) O filme tem certos vícios de graphic novel, como as cenas de batismo dos heróis com fogo e água, e, no geral, não é grande cinema. Mas, ao mesmo tempo, coloca em jogo uma questão especialmente cara a mim, que é o fato de que, sob diversos aspectos, a civilização ocidental está caminahando para regimes totalitários fundamentalistas cristãos de direita, com toda a intolerância e violência que isso necessariamente acarreta. Estão lá todos os elementos, vistos retrospectivamente de um futuro indefinido, que podem nos levar definitivamente para semelhante situação.

E qual é a lindeza do filme, então? Seu altíssimo grau de subversão , que começa com ele sendo gestado em pleno coração da indústria cinematográfica da Amérdica, abrindo então uma falha no sistema (ou na Matrix, em reverência a seus produtores); que continua ao colocar (novamente, e sem novidades, é preciso reconhecer) os riscos da intolerância para esses adolescentes comedores de pipoca que se amontoam nos shoppings; e termina, da forma mais linda e corajosa, com o Parlamente britânico explodindo numa festa de fogos de artifício, ao som da gloriosa Abertura 1812, pelas mãos dos mocinhos, que são terroristas! Pra mim já é a cena do ano, com direito a aplausos e tudo.

2 Comments:

Blogger O nariga falou said...

Eu devo dizer que o filme me inspirou..

sábado, abril 15, 2006 10:06:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

bom, não esperava grande coisa desse filme, mas se vc curtiu aquilo q eu considero as únicas qualidade possíveis, então vou ver mesmo. realmente, nenhum desses filmes de quadrinhos é grande cinema e suas historinhas se estruturam com aquela jornada clássica do herói, bla-bla-bla. hum, existe a presença de Natalie Portman. hum, e eu acho q a hq (li há quase dez anos) deve ser melhor.

segunda-feira, abril 17, 2006 8:45:00 AM  

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