sexta-feira, janeiro 18, 2008

As rachas arrasam







quarta-feira, janeiro 16, 2008

Como um urubu, danto voltas divertidas sobre a morte

Enquanto o século XIX começava, morria-se muito, e de várias coisas, na Paraíba.

Morria-se do que eram moléstias previstas, como sezões, bexigas e diarréia, e morriam, da mesma forma, os tísicos e os hidrópicos. Morria-se ainda, sem criatividade nenhuma, de velhice, de parto e de fome.

Mais interessantes eram as doenças misteriosas, que o tempo se encarregou de extinguir: hoje não há mais mortes por malinas, esquinência, pleuriz ou humor séstico. Mas bons mesmo eram os mortos improváveis: os mortos de espasmo, de transmutação, de estopor, de catarral, de vício de comer terra, de emorródeas, de lombrigas, e os mais improváveis de todos: os mortos de frieiras. Melhores que esses, somente os mortos obstruídos.

Tudo isso estava dentro do previsto. As moléstias não previstas davam conta especialmente da violência daquele povo: aí vinham os mortos de facadas, de cotiladas e de tiros. Esta categoria tem também as melhores surpresas: os mortos de repente, e os mortos de coice de besta.

Pelo menos é o que contabilizou, com escrupuloso cuidado, o governador Luiz da Motta Fêo.