quarta-feira, setembro 30, 2009

Ligando as pontas

Eu vi o meu passado passar por mim

Há meses arrumo essa casa, e o processo continua. O mais legal é reencontrar o passado: objetos, papéis, afetos – preciosidades. Coisas bestas, guardadas quase com vergonha, agora se confirmam grandes, e me dizem: "foi esperto no cuidado, hein, amigo?".

Aí me lembro da conversa-padrão-número-um que uso pra explicar o valor do patrimônio: "Se você não lembrasse seu nome, não soubesse onde estudou, não reconhecesse sua família, você seria você?". Pois bem: cada carta escrita por Mayra, cada origami dado por Jarbas, cada cristal roubado do hotel de Viena (só pra ficar nas coisas menos óbvias) me faz mais eu. O mais incrível: é confortável.

Aí em cima, mesmo, vai um carvão sobre cartolina que fiz no Fenart-2000. Deixei-o 9 anos guardado, enrolado num casulo, respirando baixinho – e agora preparo o reencontro, ele de asas abertas sobre a minha cama.

segunda-feira, setembro 28, 2009

Sobre o nível de civilização local

1) Lido diretamente, no meu cotidiano, com um Anailson, um Ademilton, um Adebaldo e um Adlênio.

2) O que se vende nos chamados "cafés" como sendo cappuccino é um pó doce e achocolatado ao qual adicionam água quente, sem se dar nem ao trabalho de dissolvê-lo por completo -- talvez pra provar que a gosma resultante é "do cappuccino legítimo, aquele do pó".

3) Nada é mais difícil do que encontrar manjericão fresco no supermercado.

sexta-feira, setembro 25, 2009

Para o anônimo do post de 19 de setembro

Caro anônimo:

Não sei se você é o mesmo anônimo de outros comentários anteriores, mas gostaria de saber seu nome, e se te conheço, e se você conhece meus amigos. Não deve conhecer, porque, se conhecesse, saberia que não, eles não me chateiam dizendo que gostam de alguma coisa que escrevi.

Mas é preciso ir um pouco mais fundo nisso: tem muitos posts aqui sem uma pretensão estética maior. É claro que tantas flores e tantos lamentos querem ser bonitos, mas querem, também, e muitas vezes querem, principalmente, registrar momentos para dar-lhes um pouco de sentido e permanência, calando um pouco a dor, pelo compartilhamento. Assim, ver os comentários repetidos é ver de novo a mesma sintonia, e é bom saber, dos amigos, que eles não esperam uma acrobacia nova a cada dia. Porque nem sempre (e ultimamente, muito pouco) eu tenho isso pra dar.

domingo, setembro 20, 2009

Jane - Judy - Lisa - Chelsea - Mary Jo

All of us have been hurt too deep.

sábado, setembro 19, 2009

A poesia que entornas no chão


Os lírios, as gérberas, o amor que se projeta;
A poesia do dar-se;
A luz para dois, para dez, para dez milhões:
Devagar e inesperadamente, se aquece a sala vazia.

quarta-feira, setembro 16, 2009

:)

Tô um pouco feliz.

Meu sofá chegou, e chegou também um convite para participar de uma mesa no "Colóquio França-Brasil Patrimônio Cultural", no Rio, no mês que vem. É a primeira vez que consigo algum tipo de reconhecimento no IPHAN nacional (antes, só gostavam de mim no IPHAN-PB), o que me anima.

quinta-feira, setembro 10, 2009

Vivi escreveu: "Fiquei choquê, passê composê, bege, listrada, purpurinada, blue-soft-plus-mega-exta-hiper-golden-beta-2.0".

Acho novo vocabulário ortográfico.

domingo, setembro 06, 2009

"Eu sou um isoporzinho...


... e meu dono é um ursinho"
(c) Leo 2009

sábado, setembro 05, 2009

Na posta-restante.


Hoje teve festa de inauguração do meu apartamento, para 8 convidados.

Lista de presença: Leo e eu.

terça-feira, setembro 01, 2009

Our splendid sparkling fire

No escuro,
no frio,
no vazio:

uma faísca que já dura dois anos.