quarta-feira, maio 13, 2015

Para todo mundo que não tem mais nome, e que na verdade nunca esteve lá. Para todo mundo que entreviu, de longe, e continua cá perto.

Aquelas noites. Tudo aquilo que deveria parecer e que seria. Que precisava parecer, parecer, ansiosamente, para que a conversa não parasse, para que o pó compacto e o lápis de olho soassem perfeitamente naturais. 

Os escuros nas ruas, nas casas, nas festas. Os escuros e as cortinas, e os olhos puxando as cortinas para encontrar os beijos que queriam e podiam e deviam e cresciam. Era tarde e era cedo, e as duas coisas se misturavam porque havia sede e esperança e vida pela frente.

E havia carros, sempre, quase comportados, tanto quanto bêbados bem comportados poderiam. Andando, parados, no banco de trás, com vozes e sinos e Vargas. Com partes esquecidas de pessoas quase sem nome.

Com a urgência da única noite possível das sete. 

And I still believe that I cannot be saved, in a concert fifteen years later.